Sob grandes suspeitas, o governo Temer se inicia com a
missão de consertar economicamente o país em um curto prazo. Se confirmado sua
permanência na presidência após o julgamento final de Dilma, que ocorrerá
dentro do prazo constitucional de 180 dias, então Temer poderá, enfim, impor
com mais firmeza seu plano Neo Liberal e consolidar novamente os caminhos do
país como economia de mercado. Convém lembrar que nos governos do presidente
Lula, mesmo com a implementação do audacioso Plano PAC que trazia como objetivo
desenvolver obras de infraestrutura e no ambiente social, coisa impensável em
outros governos, tal audácia conduzida de forma pragmática, não impediu que o
país mantivesse a estabilidade fiscal. Os programas sociais, elogiados por
todas as lideranças mundiais, criou nova realidade para uma nação inteira,
bonificada com os programas que favoreceram e inseriram as classes mais
inferiores que passava ao largo das benesse do desenvolvimento econômico
promovido pelos governos anteriores, as classes dos estratos mais baixos de
nossa sociedade ascenderam e passaram a ter o privilégio que historicamente
sempre foi negado.
Nos primeiros dias de seu governo, Temer já demonstrou que
para atingir seus objetivos, cortará a carne das conquistas das classes
desfavorecidas, cortando programas sociais, como já ocorreu no Bolsa Família,
programa Minha Casa, Minha Vida; Mais médicos, programas educacionais, entre
outros. O tal ajuste, como um remédio amargo, terá um preço a ser pago e que
mais dor produzirá àqueles que dependem da assistência social do governo. A
reforma da Previdência, que já está atrelada ao Ministério da Fazenda, anuncia
perdas ao trabalhador, que terá de trabalhar mais tempo para gozar o mínimo
necessário nos anos finais de sua existência.
E outras reformas em gestação, como a trabalhista, visa
diminuir direitos e aumentar obrigações dos trabalhadores com a produção. De
novo, teremos os grilhões, como na escravatura em que favorecia apenas a classe
produtiva e dos senhores de engenho que enriqueciam através da exploração do
trabalho escravo. Privatizações, Parceria Público Privada e Terceirização fazem
parte dessa cartilha imposta a Temer pelos barões do Capital em troca do apoio
em sua campanha de tomada do poder, que por certo, além de dilapidar o
patrimônio público, não suavizarão o quadro atual.
Ao afirmar no Programa Fantástico que por não ser candidato à
reeleição em 2018, fará todas as reformas livres de pressões políticas, o que o
tornará mais perigoso e imune a manifestações contrárias ao plano já em vigor.
Ao contrário do que imaginávamos, com sua posse, a bolsa não
subiu e o Dólar não caiu. Um mau sinal que indica todas as desconfianças do
mercado, que não vê novas possibilidades de sucesso com a equipe de ministros
formada com personagens respondendo processos que representam o fisiologismo
arcaico e devorador. Como então, a velha política poderá trazer inovações e
melhorias de vida em curto prazo ao povo que chora e vaga atrás de emprego e
novas oportunidades? Como avaliar suas boas intenções quando não promoveu
sequer uma única mulher ou negro ao seu ministério? Como ficará em seu governo
questões de Direitos Humanos amplamente valorizada nos Governos Lula e Dilma?
Como enxergarmos em sua administração, políticas públicas voltadas para
favorecer o povo, depois de tantos cortes na área social?
O governo Temer será marcado pelo arrocho e desprezo a dor e
sofrimento que atropelará principalmente as classes mais desfavorecidas da
sociedade e também a classes dos trabalhadores, que perderão conquistas sociais
e direitos trabalhistas. Erasmo felizes e não sabíamos.
* Ivan Sampaio é empresário e foi presidente da ACIA Associação Comercial e Industrial de Ananindeua
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