sábado, 22 de outubro de 2016

"O PT passou de 17,4 milhões de votos em 2012 para 6,8 milhões em 2016"



Artigo de Daniel Veiga
Ainda outro balanço das Eleições, parte II


As recentes eleições municipais ocorreram num cenário em que a batalha do impedimento foi ganha pela reação, em que os conglomerados monopolista-financeiros – com suas pontas de lança externas e internas – foram os esteios da conspiração e agentes maiores do vergonhoso dia 31 de agosto, cenário em que nos deparamos com um novo período na luta de classes: o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e outros importantes órgãos do Estado se encontram controlados por forças e correntes conservadoras.
Do balanço eleitoral inicial afirma-se que o resultado significou um duro revés ao projeto social-liberal encabeçado pelo PT e seus mais próximos aliados, senão vejamos:

·         O PT passou de 17,4 milhões de votos em 2012 para 6,8 milhões em 2016 – uma queda de quase 61%, com profunda diminuição no número de Prefeitos e vereadores;
·         O PC do B passou de 1,88 milhões de votos em 2012 para 1,76 milhões em 2016 – uma queda de 6,1%;
Do outro lado, das forças reacionárias, constata-se o crescimento do PSDB, com cerca de 17,6 milhões de votos, um salto em relação a 2012 de 25,1%. Aliás, o crescimento do consórcio responsável pela articulação do movimento golpista ainda conta com o acréscimo da votação do DEM, cerca de 6%. Mas também ressalte-se a queda da votação do PMDB, em cerca de 12,5% e do PTB em cerca de 13,0%.

Se no caso da queda eleitoral do PT podemos atribuir ao fato de que teve contra si a ofensiva desfechada pelo capital, notadamente os eleitos deletérios da operação Lava-Jato, para falar do óbvio, mormente o desfecho do ciclo aberto com a eleição de Lula em 2003, em que pontificou a tentativa de gerir a ordem vigente por meio de políticas que procuraram compatibilizar, ecleticamente, em uma economia capitalista dependente, concentrada e centralizada, preceitos neoclássicos, medidas compensatórias, leniência em face das conquistas trabalhistas e planos nacional-desenvolvimentistas a meio pano, cujo desfecho foi o fracasso do transformismo social que sugou correntes e políticos de origem popular em 13 anos de administração federal possibilista e adaptacionista.

 No caso de partidos como PSOL, PC do B, podemos afirmar, a grosso modo, que a diminuição em suas votações são consequências da sanha obscurantista que vem hostilizando e buscando desmoralizar tudo que cheira à esquerda, pois a direita nacional inflamou, inclusive os setores das camadas médias, do ódio antipetista, antiesquerdista e anticomunista,  apesar de que o PSOL, mesmo com a redução de cerca de 12,5% na votação e redução da bancada de vereadores, conseguiu eleger vereadores em cidades importantes, como Belo Horizonte, ampliou em Porto Alegre e Rio de janeiro,  e está na disputa de 2º turno em cidades como Belém, Rio de janeiro e Sorocaba. Ainda ressalte-se também a queda acentuada da votação do PCB, partido mais antigo do Brasil, que chegou a perder cerca de 47,0% dos votos conquistados em relação ao pleito de 2012. Aliás, o único partido considerado de esquerda que conseguiu ampliar a votação foi o PCO, com crescimento de 32,8% dos votos, passando de 4.284 em 2012 para 5.689 em 2016.

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