Artigo de Daniel Veiga
Ainda outro balanço das Eleições, parte II
As
recentes eleições municipais ocorreram num cenário em que a batalha do
impedimento foi ganha pela reação, em que os conglomerados
monopolista-financeiros – com suas pontas de lança externas e internas – foram os
esteios da conspiração e agentes maiores do vergonhoso dia 31 de agosto,
cenário em que nos deparamos com um novo período na luta de classes: o Palácio
do Planalto, o Congresso Nacional e outros importantes órgãos do Estado se
encontram controlados por forças e correntes conservadoras.
Do
balanço eleitoral inicial afirma-se que o resultado significou um duro revés ao
projeto social-liberal encabeçado pelo PT e seus mais próximos aliados, senão
vejamos:
·
O PT passou de 17,4 milhões de votos em 2012
para 6,8 milhões em 2016 – uma queda de quase 61%, com profunda diminuição no
número de Prefeitos e vereadores;
·
O PC do B passou de 1,88 milhões de votos em
2012 para 1,76 milhões em 2016 – uma queda de 6,1%;
Do outro lado, das forças reacionárias, constata-se o
crescimento do PSDB, com cerca de 17,6 milhões de votos, um salto em relação a
2012 de 25,1%. Aliás, o crescimento do consórcio responsável pela articulação
do movimento golpista ainda conta com o acréscimo da votação do DEM, cerca de
6%. Mas também ressalte-se a queda da votação do PMDB, em cerca de 12,5% e do
PTB em cerca de 13,0%.
Se
no caso da queda eleitoral do PT podemos atribuir ao fato de que teve contra si
a ofensiva desfechada pelo capital, notadamente os eleitos deletérios da
operação Lava-Jato, para falar do óbvio, mormente o desfecho do ciclo aberto com a eleição de Lula em 2003, em que pontificou
a tentativa de gerir a ordem vigente por meio de políticas que procuraram
compatibilizar, ecleticamente, em uma economia capitalista dependente, concentrada
e centralizada, preceitos neoclássicos, medidas compensatórias, leniência em
face das conquistas trabalhistas e planos nacional-desenvolvimentistas a meio
pano, cujo desfecho foi o fracasso do transformismo social que sugou correntes
e políticos de origem popular em 13 anos de administração federal possibilista
e adaptacionista.
No caso de partidos como PSOL, PC do B,
podemos afirmar, a grosso modo, que a diminuição em suas votações são
consequências da sanha obscurantista que vem hostilizando e buscando desmoralizar
tudo que cheira à esquerda, pois a direita nacional inflamou, inclusive os
setores das camadas médias, do ódio antipetista, antiesquerdista e
anticomunista, apesar de que o PSOL, mesmo
com a redução de cerca de 12,5% na votação e redução da bancada de vereadores,
conseguiu eleger vereadores em cidades importantes, como Belo Horizonte,
ampliou em Porto Alegre e Rio de janeiro,
e está na disputa de 2º turno em cidades como Belém, Rio de janeiro e
Sorocaba. Ainda ressalte-se também a queda acentuada da votação do PCB, partido
mais antigo do Brasil, que chegou a perder cerca de 47,0% dos votos
conquistados em relação ao pleito de 2012. Aliás, o único partido considerado
de esquerda que conseguiu ampliar a votação foi o PCO, com crescimento de 32,8%
dos votos, passando de 4.284 em 2012 para 5.689 em 2016.
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