domingo, 8 de outubro de 2017
Poesia de Ivan Sampaio* "Amor de Pato"
O dinheiro voou,
Caiu no espaço,
Olho e disfarço,
Da madrugada finda e pequena
Sigo romaria sem espaço.
A sina fez a fé certeira,
Para quem morre na areia,
Na pedra dura, na veia,
Nos varais seco, encolhe...
Na dura estrada, talvez fantasia,
Se não geladeira,
Cozinho ao relento,
Viro maniva, assado ou sopa em fogo lento...
Sob o espectro da fé,
A maldade grande, minha culpa,
Minha agonia...
Peço a Santa, não dou troco
Rezo, quero graças,
Sem esmola,
Já com carne exposta,
Asfalto quente, sigo,
Quero Casa, barco, ôlho bom...
Quero a corda, quero a Santa,
Quero tudo...
Encanto dos pobres,
Manjar dos ricos,
Esmola da sobra,
Que não se dá,
Custa caro (!)
É prato vazio,
Nada sobra (!),
Peito, asa, pele,
Nada!
É só coisa de fé,
Por que a agonia?
E vinga no vindouro,
Excessos da orgia,
Desce pedindo desculpa,
Que nem maniva
Feito Bosta,
Amarelo cinza
Cor de defunto
Cheirando a preguiça
tez de colorau...
Véu de grinalda, trono de rei...
Foi o pato...
Círio bom, demonstração de fé,
Das casinhas de gessos
E dos braços de preguiça,
Da cera derramada,
Das incontidas lágrimas de chuva jogada nos peregrinos,
Assim, virou sabor e estrela maior de minha orgia...
Mas por que tanto sofrimento?
É só coisa de fé,
Deixa de agonia,
Aproveita! É só folia!
Nela, sou mais um rei... *Ex presidente da ACIA
Assinar:
Postar comentários (Atom)

Nenhum comentário:
Postar um comentário