Via O Liberal - TRE divulga desempenho de votação de deputados estaduais
"É preciso ter uma forte assessoria de imprensa, mostrar seu trabalhos nas redes digitais, nos meios de comunicação, ter sites e manter um canal de conversa com o seu eleitor", orienta Edir Veiga.
Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) manteve 19 parlamentares na Casa que foram reeleitos no Pleito de 2018 para o quadriênio 2019-2022. Destes, 16 tiveram maior votação, em relação as Eleições Gerais de 2014. Mas, a lista de desempenho eleitoral, divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aponta que apenas três deputados estaduais ficam com a votação inferior ao Pleito de 2014. No entanto, o atual do Parlamento paraense é de renovo. Mais da metade do atual Legislativo é de caras novas, com 53% de renovo.O deputado estadual Miro Sanova (PDT) foi o que teve o maior desempenho de votos nas eleições passadas. Ele se reelegeu com 28.245 votos a mais. No pleito de 2014 sua votação foi de 24.374. Já ano passado, ele dobrou o número de votos, com 52.619, o que corresponde a 115,88% de desempenho eleitoral. Em seguida, Dr. Jaques (PSC) foi o deputado que se reelegeu com o segundo maior desempenho nas urnas. Em 2014 ele conquistou 12.952 votos, já em 2018, 25.022, representando 93% de desempenho eleitoral.Por outro lado, a deputada estadual Ana Cunha (PSDB) foi a parlamentar que mais perdeu eleitores. Em 2014 ela teve 50.491 votos, e em 2018, 41.610. Ou seja, seu desempenho nas urnas caiu -17,59%. O emedebista Marinho Carmona também teve um número de votação menor em 2018, que em 2014. Entre os pleitos, ele teve menos 2.440 votos.Segundo os especialistas, historicamente, as Assembleias Legislativas no Brasil, renovam as Casas com cerca de 45% a 50% de seus parlamentares de um mandato para outro. O doutor em ciência política e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Edir Veiga avalia a votação do ano passado como uma resposta dos eleitores paraenses nas urnas. "A população de uma forma geral tentou renovar o quadro político no País. E no Pará não foi diferente. A população está descrente do Legislativo", comenta.
O especialista destaca que no Brasil não há uma identidade entre partidos e siglas políticas, por isso, para ser reeleito, o deputado precisa manter um seguimento de trabalho para não cair no esquecimento. "Geralmente, os deputados não mantém uma linha de trabalho específica. E por isso, as pesquisas apontam que depois de dois anos, o eleitor não se lembra mais em quem votou para o Legislativo por falta de uma identidade", explica Edir Veiga. O doutor garante que para a reeleição, é preciso que o parlamentar crie bases ao longo dos quatro anos de mandato. "Os deputados que se reelegem são aqueles que mantém conexão com os eleitores: os de igrejas evangélicas, os que são ligados a prefeitos e prefeituras, ou os que têm um trabalho dentro de uma sociedade civil de classe, como os sindicatos e colônia de pescadores, por exemplo", ressalta Veiga.O crescimento das plataformas digitais também é um aliado às reeleições dos deputados. "Os parlamentares devem investir na comunicação. Ter um planejamento e uma equipe estratégica. É preciso ter uma forte assessoria de imprensa, mostrar seu trabalhos nas redes digitais, nos meios de comunicação, ter sites e manter um canal de conversa com o seu eleitor", orienta Edir Veiga.
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