Por uma Ananindeua sustentável para chegar aos 100 anos
Entrevista com Paulo Ferreira, presidente do PV Ananindeua:
Ananindeuadebates - Paulo, Ananindeua é uma cidade da Região Metropolitana com vários problemas. Temos um caos em setores públicos: trânsito, saúde, sustentabilidade, saneamento. Como resolver?
Paulo Ferreira – Olha, quem já leu ou se informou sobre como era a cidade de Medellín, na Colômbia, nas décadas de 70/80/90, e como está hoje, pode ter esperança. Medellín tinha todos esses problemas e ainda sofria com a guerra do tráfico. Hoje a cidade conseguiu superar vários obstáculos e virou um centro turístico.
Então, precisamos pensar na sustentabilidade, geração de empregos, criarmos um grande polo industrial de reciclagem do lixo urbano. Isso melhora o meio ambiente e gera empregos. Precisamos ter como tarefa fazer de Ananindeua a cidade urbana amazônica, com um trânsito humanizado, acabar com a indústria das multas, o cidadão vendo o agente como o servidor público para orientar o trânsito e proteger a cidade contra os ilícitos, com o pedestre e o ciclista sendo respeitados. As nossas praças são mal cuidadas, muitas delas verdadeiras praças de concreto. É preciso quebrar o concreto e plantar árvores, transformando-as em espaços de lazer para a família.
Outro dia vi uma reportagem na TV sobre uma praça em Xangai, que harmonizava o verde e a tecnologia. Era equipada com muitos painéis solares e com internet grátis. Pensei: por que não podemos ter isso em Ananindeua? Depende de nós, homens públicos e a população, vamos acreditar e fazer. Como seria bom uma cidade com pontos de internet grátis para a população!
AD - Você fala em verde, sustentabilidade, saneamento, qual o papel da administração pública nesse contexto?
PF - Olha, precisamos mudar não só a concepção dos administradores públicos sobre a cidade, mas também a do cidadão. Hoje temos pouca interação, gestores públicos e munícipes, temos que mostrar ao cidadão que a cidade é seu patrimônio, a rua onde mora, o bairro, a praça, as árvores, tudo isso faz parte da vida cotidiana. O cidadão, além de cobrar da administração pública, tem que cuidar da sua cidade como moradia, seu meio ambiente, tudo isso tem que ser um processo de interação. Claro, aqui incluímos os agentes públicos: do simples funcionário aos vereadores, secretários de governo e o prefeito. Temos que interagir com os munícipes.
AD – E a questão do saneamento?
PF - Isso temos que enfrentar como uma guerra, pois a saúde da população corre risco. Vi uma entrevista no seu blog onde um dos possíveis candidatos falava em criar um hospital público. Concordo, só que adiciono aí como meta resolver urgentemente o problema do saneamento, pois a qualidade de vida e da saúde está também vinculada diretamente ao saneamento. Hospital Pronto Socorro temos que fazer, pois "não dá mais para Ananindeua ter um sistema de saúde tão precário". O cidadão ananindeuense não pode passar a humilhação de ser recusado no Pronto Socorro de Belém, estamos perdendo vidas. O próximo gestor tem que começar a resolver a questão do Pronto Socorro municipal e implantar um sistema municipal de saúde integrado.
AD - Paulo, e para chegar aos 100 anos com um município melhor, como se vai construir isso?
PF - O nosso município tem 75 anos. Precisamos pensar e realizar ações de preparação para chegarmos aos 100 anos, ou seja, temos 25 anos para construir outra concepção de cidade, pensar uma cidade verde, sustentável, e que resolva os problemas de saneamento e infraestrutura, saúde e mobilidade urbana, uma cidade onde o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) melhore.
Olha só, chegaremos aos 100 anos de Ananindeua em situação melhor não para minha geração, e sim para nossos netos. Isso se a nossa geração começar agora. Pegar o que já foi feito de bom, melhorar, e esquecer as coisas ruins, deixar pra trás. Vamos estar no nosso partido, dialogando com todos setores da sociedade, seja colocando nossa proposta como Executivo - pois o partido colocou meu nome como pré-candidato a prefeito em 2020 -, ou seja no debate com a sociedade, de uma forma plural, democrática e sustentável. Obrigado.
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