Via Revista Fórum
Por Ricardo Ribeiro
MST alerta para escalada de violência e perseguição a defensores dos direitos humanos no estado, com paralisação da reforma agrária no governo Bolsonaro
Famílias do Acampamento Lagoa Nova Carajás, na cidade de Parauapebas, no Pará, foram brutalmente atacadas na noite do último domingo (21) por por seguranças da empresa Vale. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), diversas pessoas ficaram feridas, em meio à momentos de pânico e terror.
No acampamento coordenado pela Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar, residem 248 famílias há cinco anos. O Ministério Público Federal abriu uma investigação sobre o caso.
O MST emitiu uma nota pública para “manifestar repúdio à violência sofrida pelas famílias acampadas” e para prestar solidariedade “aos trabalhadores e trabalhadoras que foram alvo desse ataque covarde”.
“Historicamente, a violência tem sido usada no estado do Pará como instrumento nas mãos do latifúndio e das grandes empresas para impedir que os trabalhadores permaneçam em luta pela conquista da terra. O Pará tem sido marcado por massacres, assassinatos de lideranças e ataques a defensores dos direitos humanos. O ataque ao acampamento em Parauapebas marca mais uma página desta história de violência e violação dos direitos humanos na nossa região”, diz trecho do comunicado.
“Em um período em que o mundo inteiro se volta para o avanço de casos da Covid-19, presenciamos mais um caso de violência e ataque aos trabalhadores no estado do Pará. A paralisação da Reforma Agrária, a política de não assentamento das famílias acampadas e a falta de iniciativa do governo em solucionar conflitos é responsável por esse e por outros casos de conflito no campo no Brasil”, completa a nota do MST.
Procurada pela Fórum, a Vale não respondeu.
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