quarta-feira, 14 de agosto de 2024

USP anuncia diplomação de 15 alunos assassinados pela ditadura militar

 


Via DCM por - Augusto de Sousa 

Alunos da USP que foram mortos durante a ditadura militar. Foto: reprodução

A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) realizará uma cerimônia especial para diplomar 15 estudantes da unidade mortos durante a ditadura militar. O evento, que ocorrerá no Auditório Nicolau Sevcenko, no dia 26 de agosto, faz parte do projeto “Diplomação da Resistência”, que visa reparar injustiças e preservar a memória coletiva, além de reafirmar os direitos humanos no Brasil. “Essa ação significa dizer que a USP não se oculta diante das injustiças, da falta de democracia e de justiça social. Me sinto imensamente feliz por ter sido o diretor que entregou simbolicamente a graduação aos familiares desses nossos alunos que desapareceram no vento nefasto da ditadura”, afirmou Paulo Martins, diretor da FFLCH.


A iniciativa, uma parceria entre a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o gabinete da vereadora e ex-aluna Luna Zarattini, e o coletivo de estudantes Vermelhecer, busca homenagear ao todo 31 estudantes da USP.

Em dezembro do ano passado, Alexandre Vannucchi Leme e Ronaldo Queiroz, alunos do Instituto de Geociências e militantes do movimento estudantil, foram os primeiros a receberem essa honraria. Entre os estudantes a serem diplomados, destacam-se figuras como Antonio Benetazzo, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN), que foi torturado até a morte no DOI-CODI/SP em 1972, Carlos Eduardo Pires Fleury, estudante de Filosofia e Direito, também membro da ALN, também torturado e morto em 1971 após retornar clandestinamente ao Brasil, e Helenira Resende de Souza Nazareth, estudante de Letras e vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), que morreu em combate na Guerrilha do Araguaia em 1972.

Outros estudantes, como Jane Vanini e Maria Regina Marcondes Pinto, foram vítimas da repressão fora do Brasil. Jane, militante do Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR) no Chile, foi presa e morta em 1974 durante a ditadura de Pinochet. Maria Regina desapareceu em Buenos Aires em 1976, em meio à ditadura argentina, e seu corpo nunca foi encontrado.

A diplomação também incluirá estudantes como Fernando Borges de Paula Ferreira, conhecido como “Fernando Ruivo”, líder estudantil que foi morto em uma emboscada policial em 1969, e Sérgio Roberto Corrêa, membro da ALN, que morreu em uma explosão em 1969, em São Paulo.


Os 15 alunos homenageados serão: 


Antonio Benetazzo, Filosofia

Carlos Eduardo Pires Fleury, Filosofia

Catarina Helena Abi-Eçab, Filosofia

Fernando Borges de Paula Ferreira, Ciências Sociais

Francisco José de Oliveira, Ciências Sociais

Helenira Resende de Souza Nazareth, Letras

Ísis Dias de Oliveira, Ciências Sociais

Jane Vanini, Ciências Sociais

João Antônio Santos Abi-Eçab, Filosofia

Luiz Eduardo da Rocha Merlino, História

Maria Regina Marcondes Pinto, Ciências Sociais

Ruy Carlos Vieira Berbert, Letras

Sérgio Roberto Corrêa, Ciências Sociais

Suely Yumiko Kanayama, Letras

Tito de Alencar Lima, Ciências Sociais

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