terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Bolsonarista que ameaçou Lula no Pará exibe símbolos nazistas em motocicleta

 


Via Revista Cenarium por Fabyo Cruz

O motorista de aplicativo está sendo investigado pela PF e usa tornozeleira eletrônica.

O motorista de aplicativo Manoel dos Santos Ferreira Junior, de 31 anos, é investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de ameaçar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a visita do político a Belém (PA). Além das declarações publicadas nas redes sociais, a reportagem descobriu, com exclusividade, que o suspeito exibe em sua motocicleta adesivos com símbolos nazistas, incluindo a inscrição Luftwaffe e a Cruz de Ferro.

No dia 12 de fevereiro, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão contra Manoel Júnior, autorizado pela Justiça Federal, que também determinou medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se aproximar de locais onde Lula esteja presente.

A decisão foi tomada em meio à visita do presidente ao Pará na última semana, onde ele participou da entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida e vistoriou as obras para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

Antes da chegada de Lula a Belém, Manoel Júnior — utilizando o nome “Júnior Sanches” — publicou mensagens em tom de ameaça contra o presidente nas redes sociais. Em uma das publicações, ele escreveu: “Dessa vez vou conseguir chegar perto. Lula vai se arrepender de ter nascido. Eu vou livrar o Brasil desse cara, vou preso mas vou feliz”. Em uma foto, o suspeito aparece vestido com uma camisa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).O conteúdo postado levou a PF a abrir uma investigação por incitação à violência contra o chefe do Executivo. Para a corporação, as declarações foram consideradas uma ameaça real à integridade de Lula, especialmente em um contexto de crescente radicalização política no país.

Referências nazistas

Uma fonte próxima ao suspeito disse à revista Cenarium que Manoel Júnior tem um histórico de publicações extremistas na internet e se alinha a ideais da extrema direita. “Ele sempre demonstrou um posicionamento político radical, diz que é apoiador do Bolsonaro e gostava de exibir esses adesivos na motocicleta. Havia outros com referências ao nazismo, mas ele os removeu”, afirmou.

A reportagem conseguiu localizar o veículo do investigado no município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém (RMB).


No paralama dianteiro da motocicleta, uma Honda CB250F Twister, há um adesivo com a inscrição Luftwaffe, nome da força aérea da Alemanha durante o regime de Adolf Hitler, e outro com a Cruz de Ferro, condecoração militar concedida pelo Terceio Reich. O veículo também apresentava marcas e resíduos na lataria, sugerindo que outros adesivos foram removidos recentemente.   A investigação jornalística constatou que Manoel Júnior acompanha conteúdos relacionados ao nazismo nas redes sociais. Entre os perfis monitorados está a conta do Instagram Luftwaffe Supplies, especializada na venda de vestuário e itens militares do período nazista. Embora o site não apresente informações claras sobre o país de origem da empresa, a utilização de preços em euros indica que a empresa pode estar situada ou atuar na Europa.

A loja se apresenta como um espaço para “entusiastas da história” e alega que seus produtos são destinados exclusivamente a fins históricos, colecionáveis e reconstituições. Especialistas alertam que esse tipo de comércio frequentemente serve como fachada para a disseminação de ideologias extremistas.  Mãe se queixa da truculência da polícia

A reportagem foi até a casa da mãe de Manoel Júnior, que também foi um local visado pela operação da PF. A idosa disse ter ficado profundamente abalada com o caso envolvendo o filho — e por questões de saúde, sua identidade será preservada. Ela afirmou que não tinha conhecimento das publicações do filho e só descobriu a gravidade da situação quando agentes federais chegaram à residência, localizada em um bairro periférico de Belém, para cumprir o mandado de busca e apreensão.

“A polícia invadiu minha casa como se eu fosse uma criminosa. Só soube do que estava acontecendo quando já estavam revirando tudo. Eles estavam atrás de armas”, disse a mãe do suspeito.

A mãe de Manoel , negou que o filho seja uma pessoa violenta e disse estar indignada com a repercussão do caso. “Ele não tem arma, nunca brigou. Foi uma infantilidade dele. Agora está envergonhado, desempregado e usando tornozeleira. Todo mundo olha diferente para quem usa isso”., afirmou. Mãe se queixa da truculência da polícia

A mãe de Manoel, que se identificou como negra, baiana e com deficiência auditiva, negou que o filho seja uma pessoa violenta e disse estar indignada com a repercussão do caso. “Ele não tem arma, nunca brigou. Foi uma infantilidade dele. Agora está envergonhado, desempregado e usando tornozeleira. Todo mundo olha diferente para quem usa isso”., afirmou. Leia maís 

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