quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Ex-policial penal é condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato de tesoureiro do PT no Paraná

Foto Marcelo que foi assinado covardemente pelo marginal que pegou 20 anos 

Via G1 PR por Caio Budel, Fernando Castro, Gilvana Giombelli, Mariah Colombo

Marcelo Arruda foi morto a tiros por Jorge Guaranho na própria festa de aniversário. A pena será cumprida inicialmente em regime fechado. Cabe recurso da decisão.

O ex-policial penal Jorge Guaranho foi condenado nesta quinta-feira (13) a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado - motivo torpe e perigo comum - pelo assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.

A pena será cumprida inicialmente em regime fechado. Cabe recurso da decisão.

O julgamento aconteceu no Tribunal do Júri de Curitiba dois anos e meio após a morte de Arruda, que foi baleado em 9 de julho de 2022 por Guaranho enquanto comemorava seus 50 anos de idade com uma festa temática do presidente Lula e do PT. A defesa de Guaranho reforçou nesta quinta (13), antes da leitura de sentença, que ele agiu em legítima defesa e que o crime não teve motivação política. Na quarta-feira (12), o agora condenado afirmou no júri que não foi à festa da vítima "nem para brigar, nem para matar".


O júri popular foi presidido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, magistrada da Vara Privativa do Tribunal do Júri do Foro Central de Curitiba.


Na decisão que foi lida por volta das 14h, a juíza ressaltou que ele utilizou arma da União para cometer o crime. Ela destacou também a intolerância política que Guaranho demonstrou com as ações. Standler também citou a promulgação da lei estadual contra intolerância política que institui o dia 9 de julho - data do crime - como o Dia Estadual de Luta contra a Intolerância Política e de Promoção da Tolerância Democrática. Ela afirma que antes do crime não havia necessidade de se alertar quanto a isso e considera que o caso marca essa necessidade.


A juíza determinou ainda a prisão imediata de Guaranho, que cumpria prisão domiciliar deste setembro do ano passado. O Departamento de Polícia Penal do Paraná deve definir para qual presídio ele será encaminhado. No decorrer do júri foram ouvidas nove pessoas, entre testemunhas, informantes e peritos. Por último, o réu foi interrogado. Ele deu a versão dele dos fatos publicamente pela primeira vez.


A captação de imagens não foi liberada no julgamento. O réu foi fotografado ao lado de fora do tribunal, pouco antes do início do terceiro dia de júri nesta quinta (13).


Foram ouvidos no julgamento:


Pâmela Suellen Silva, viúva de Marcelo Arruda, que detalhou o dia do assassinato e deu declarações sobre a dificuldade de criar o filho mais novo após a morte do pai. Na época, o bebê tinha 40 dias de vida;

Daniele Lima dos Santos, vigilante que estava no local do crime;

Denise de Oliveira Carneiro Berejuk, perita responsável por laudos de imagem;

Wolfgang Vaz Neitzel, amigo de Marcelo Arruda que participou da festa e viu discussão que terminou com o assassinato;

Edemir Alexandre Riquelme Gonsalves, tio de Pâmela, companheira de Marcelo Arruda e que comprou decoração da festa;

Marcelo Adriano Ferreira, policial penal do Presídio de Catanduvas que trabalhava com o agora ex-policial penal Jorge Guaranho;

Márcio Jacob Muller Murback, amigo de Guaranho que tinha acesso às imagens das câmeras de segurança da associação onde ocorria a festa de Arruda por fazer parte da direção onde ocorria a festa;

Simone Cristina Malysz, perita que participou da elaboração de laudos do caso;

Alexandre José dos Santos, amigo de Marcelo Arruda, servidor público e que também estava na festa;

Jorge Guaranho, réu pelo crime.

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