quinta-feira, 23 de outubro de 2025

MANIFESTO CONTRA O VOLUNTARIADO ARTÍSTICO DA COP 30 pelo governo do Pará


 Texto de ALMINO HENRIQUE.*

Úrsula Vidal tornou-se a encarnação do tédio político travestido de virtude. Diariamente, despeja nas redes sociais — e, sempre , nas páginas dos Maiorana — um falso progressismo sem convicção, uma retórica oca que serve mais ao próprio ego do que a qualquer causa real. Sua figura oscila entre a mitomania e a arrogância, num espetáculo constante de autopromoção disfarçado de engajamento.

Às vezes penso se não é um caso de enfermidade, em vez de desonestidade intelectual.

O certo é que sua chatice intelectual enche o saco.

Mas o mais recente canto de sereia da avestrÚrsula é o lançamento de um edital para a COP 30 que é um achincalhe: convoca artistas a se apresentarem sem cachê, sob o disfarce moralista do “voluntariado”. Um golpe de marketing travestido de engajamento ambiental , em que a cultura vira adorno gratuito e o trabalho artístico é reduzido a vitrine para autopromoção política.

Recentemente, o governo do estado desembolsou cerca de 30 milhões de reais para bancar o show de Mariah Carey e de algumas cantoras regionais — um gasto monumental que contrasta de forma gritante com o novo “edital do voluntariado” proposto por Úrsula Vidal. Quando se trata de grandes espetáculos midiáticos, o dinheiro público jorra; mas, diante dos artistas locais, a secretária prega sacrifício, abnegação e trabalho gratuito em nome de uma causa “sustentável”. A hipocrisia, aqui, é quase uma obra de arte.

A COP 30, que deveria ser um espaço de afirmação da Amazônia e de valorização de quem produz cultura no território, corre o risco de se transformar em um grande palco de exploração simbólica. O discurso do “voluntariado artístico”, vendido por Úrsula Vidal, soa como um convite à servidão criativa — um truque político para enfeitar o evento com a estética da floresta, sem pagar o preço do trabalho de quem vive dela. Em vez de reconhecer os artistas como protagonistas da transformação ambiental e social, a gestão prefere usá-los como figurantes gratuitos de uma vitrine internacional.

Proponho que nos inscrevamos nesse edital e, em vez de tocar, mostremos a bunda para o governo e para a deformada secretária. Almino Henrique é um cantor, compositor e arte-educador paraense conhecido por sua pesquisa musical, especialmente da Amazônia, e por composições autoraisEle lançou álbuns como "A História Verídica do Malandro que se Exilou na Cidade de Vigia por Motivos Óbvios" (1993) e "Mesclado" (2000) e já ganhou prêmios de concursos de música, como o "Servifest" em 2018 e a "Mostra de Música Canta Servidor" em 2022. 

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