Coluna Diário de um Blogueiro: Jornalista e atual blougueiro Jadson Oliveira (Foto), 64 anos, trabalhou como jornalista, em diversos jornais e assessorias de comunicação, de 1974 a 2007, sempre em Salvador (Bahia). Na década de 70 militou no PCdoB e no movimento sindical bancário. Ao aposentar-se, em fevereiro/2007, começou a viajar pelo Brasil, América Latina e Caribe. Esteve em Cuba, Venezuela, Manaus, Belém/Ananindeua (quando do Fórum Social Mundial/2009) e Curitiba, com passagem por Palmas, Goiânia e Campo Grande. Depois Paraguai, Bolívia, Trindad Tobago , São Paulo e agora está na Argentina. virou viajante e blogueiro. Clic aqui e acesse o blog do Jadson Oliveira
Skyvan: aviões da polícia marítima, chamada Prefectura Naval Argentina |
De Buenos Aires (Argentina) - Na semana passada, dia 10, a Justiça mandou prender um advogado, um ex-policial e três ex-pilotos, acusados em processo que apura os chamados “voos da morte” durante a última ditadura argentina (1976-1983), nos quais presos políticos eram sedados e jogados de aviões nas águas do Atlântico e do Rio La Plata. Os ex-pilotos são envolvidos no assassinato de duas freiras francesas e mães de presos políticos fundadoras de “Madres” (Mães) da Praça de Maio, sequestradas e lançadas nos “vuelos de la muerte” em dezembro de 1977.
Um outro que está preso desde 2009 pelo mesmo motivo é o ex-oficial da Marinha Emir Sisul Hess. Trecho de relato feito à imprensa na época de sua detenção por pessoa que conviveu com ele:
- Não sentia pena daquela gente? – lhe perguntaram.
- Não, não sofriam. Levavam eles dopados e os atiravam ao rio – respondeu Hess na terceira pessoa. – Eram pessoas muito pesadas. Aqueles idiotas não sabiam onde iam parar: no Tigre, no Riachuelo ou no Rio Paraná. Iam caindo como formiguinhas.
Cardeal primaz chamado a depor
O cardeal primaz da Argentina, Jorge Bergoglio (foto), foi chamado por um Tribunal Federal a depor como testemunha em processo sobre o roubo de bebês durante a ditadura, o chamado Plano Sistemático de Apropriação de Menores. Um dos acusados neste processo é o ex-ditador Jorge Rafael Videla, já preso cumprindo duas condenações: uma de 25 anos e outra de prisão perpétua.
Em depoimento que deu neste processo, Estela de la Cuadra (filha de uma das fundadoras de “Abuelas” – Avós – da Praça de Maio e que tem sete familiares desaparecidos) relatou que seu pai, quando procurava uma filha (irmã de Estela) sequestrada e sua neta nascida em cativeiro, manteve correspondência com o religioso, que então era chefe dos jesuítas. E questionou uma declaração do cardeal de que não tomara conhecimento do roubo de bebês na época do regime militar.
Como alta autoridade da Igreja Católica, Bergoglio tem o privilégio constitucional, caso prefira, de ser ouvido em casa ou responder por escrito.
Cerco contra os cúmplices civis da ditadura
A Justiça da província (estado) de Buenos Aires começou a investigar os processos de adoção de todos os recém-nascidos supostamente abandonados na província durante a ditadura, na tentativa de encontrar casos de roubo de bebês de presos políticos desaparecidos (assassinados). O objetivo é determinar a responsabilidade dos juízes que atuaram nas adoções. A iniciativa está dentro da ofensiva da sociedade argentina no sentido de julgar e punir os cúmplices civis do regime militar.
Em depoimento que deu neste processo, Estela de la Cuadra (filha de uma das fundadoras de “Abuelas” – Avós – da Praça de Maio e que tem sete familiares desaparecidos) relatou que seu pai, quando procurava uma filha (irmã de Estela) sequestrada e sua neta nascida em cativeiro, manteve correspondência com o religioso, que então era chefe dos jesuítas. E questionou uma declaração do cardeal de que não tomara conhecimento do roubo de bebês na época do regime militar.
Como alta autoridade da Igreja Católica, Bergoglio tem o privilégio constitucional, caso prefira, de ser ouvido em casa ou responder por escrito.
Cerco contra os cúmplices civis da ditadura
A Justiça da província (estado) de Buenos Aires começou a investigar os processos de adoção de todos os recém-nascidos supostamente abandonados na província durante a ditadura, na tentativa de encontrar casos de roubo de bebês de presos políticos desaparecidos (assassinados). O objetivo é determinar a responsabilidade dos juízes que atuaram nas adoções. A iniciativa está dentro da ofensiva da sociedade argentina no sentido de julgar e punir os cúmplices civis do regime militar.
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