Uma
questão que há tempo me inquieta é a de saber quais são as razões que
determinam a não implementação da Região Metropolitana de Belém,
instituída pela Lei Complementar Estadual n° 27 de 19 de outubro de
1995, uma vez que as Regiões Metropolitanas são constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art.
25, § 3° da CRFB). É inegável que temos diversos problemas que só podem
ser enfrentados se tratados por meio de uma gestão metropolitana, como
por exemplo, problema dos resíduos sólidos, dos transportes coletivos,
do uso e ocupação do solo urbano, do saneamento ambiental, a crise
fundiária e habitacional, o avanço da informalidade, a falência dos
serviços públicos, a infra-estrutura urbana saturada, são problemas que
afetam não só Belém como todas as grandes cidades brasileiras e que tem
se agravado a cada dia, penso que só temos a perder pela não
implementação do Conselho Metropolitano, pois a Gestão Metropolitana
otimiza o modelo de federalismo da Constituição de 1988, que é de
integração e cooperação do entes federados. As regiões metropolitanas
traduzem um novo modelo de gestão regional voltado para a execução de
funções públicas de interesse comum, que podem ser entendidas como
àquelas funções públicas de interesse estratégico para o desenvolvimento
sustentável da região metropolitana que impliquem em atividades
urbanísticas e ambientais que repercutem em toda a região. No caso
específico, segundo o art. 3° da Lei Complementar 27/09, após a
publicação da referida LC, o Executivo Estadual deveria ter editado um
Decreto com as normas regulamentadoras e competências do Conselho
Metropolitano da Região Metropolitana de Belém em 60 dias, Decreto este
que até a presente Data não foi editado. Penso que o Governo do Estado
poderia liderar esse processo de implementação da Região Metropolitana
de Belém, garantindo inclusive a ampla participação popular na
constituição do Conselho Metropolitano tal como preconiza o Estatuto da
Cidade em seu art. 45. “Os organismos gestores das regiões
metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão obrigatória e
significativa participação da população e de associações representativas
dos vários segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle
direto de suas atividades e o pleno exercício da cidadania."
A
hegemonia do PSDB permite superar os interesses paroquiais e afirmação
do “interesse metropolitano”, interesse este que de forma alguma
suplanta o interesse local, pois de uma forma dialética o interesse
metropolitano é também um interesse local, o que se quer é que haja uma
integração do agrupamento de municípios que formam a RMB (Belém,
Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Barbára) no sentido de promover
um desenvolvimento regional sustentável por meio da execução de funções
públicas de interesse comum, pois os problemas urbanos, sociais,
ambientais e fiscais acumulados na RMB traduzem a necessidade de um
aparato específico de gestão. Reconhecida a natureza metropolitana de
uma série de serviços públicos, como habitação, saneamento e transporte,
que não podem ser prestados de maneira racional, eficiente e justa
somente a partir de ações isoladas dos governos municipais ou Estadual,
ou mesmo através da soma de políticas municipais, reputamos como
inadiável a implementação do Conselho Metropolitano que deverá contar
com a obrigatória e significativa participação da população e de
associações representativas dos vários segmentos da comunidade, isto é
um passo importante para tentarmos superar os vários dilemas trazidos
pelo intenso processo de crescimento demográfico da RMB, com os seus
conseqüentes problemas socioambientais, precisamos de uma decisão dos
Municípios e do Governo do Estado para que a RMB se torne realidade,
pois é isso que o nosso povo tanto anseia, soluções e não promessas.
Jorginho do do Blog Na Ilharga
Só faria uma observação: não enveredemos pela trilha da fulanização do
conceito de hegemonia, que não pode ser sinônimo de vitórias eleitorais
eventuais. Lembremos que o prefeito de Belém é do PTB e de Ananindeua é
do PMDB, logo, nada há na conjuntura política atual algo que vislumbre
ser o partido do governador imbatível nesses municípios nas próximas
eleições.
O fato de voltarem a ser competitivos não lhes garante hegemonia e sim a volta ao grupo dos favoritos, aliás, o PSDB elegeu 32 prefeitos em um universo de 144 municípios, podendo ainda perder uns três na justiça eleitoral. O dado positivo para os tucanos é que elegeram os das três maiores cidades do estado.
Enfim, é prematuro falar-se em hegemonia nesse momento em que o PT volta a ter seu principal quadro de volta à política e o affair JaderXMário Couto ganha contornos de ReXPa. Não se iludam, Barbalho continua sendo fiel da balança e, mesmo sendo o maior aliado de Simão no atual governo, sabe como ninguém construir cavalos de Tróia na fortaleza alheia. Que o diga nossa companheira Ana Júlia.
O fato de voltarem a ser competitivos não lhes garante hegemonia e sim a volta ao grupo dos favoritos, aliás, o PSDB elegeu 32 prefeitos em um universo de 144 municípios, podendo ainda perder uns três na justiça eleitoral. O dado positivo para os tucanos é que elegeram os das três maiores cidades do estado.
Enfim, é prematuro falar-se em hegemonia nesse momento em que o PT volta a ter seu principal quadro de volta à política e o affair JaderXMário Couto ganha contornos de ReXPa. Não se iludam, Barbalho continua sendo fiel da balança e, mesmo sendo o maior aliado de Simão no atual governo, sabe como ninguém construir cavalos de Tróia na fortaleza alheia. Que o diga nossa companheira Ana Júlia.
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