Jornal GGN – Ontem (17), a deputada federal Raquel Muniz, do
PSC, votou sim no processo de admissibilidade do impeachment da presidente
Dilma Rousseff. Ela disse que votava pelo seu marido contra “essa maldita
corrupção”.
Hoje (18), o marido, Ruy Adriano Borges Muniz, prefeito de
Montes Claros foi preso preventivamente pela Polícia Federal. Ele é acusado de
usar meios fraudulentos para inviabilizar o funcionamento de hospitais da
cidade. Entre eles, o Hospital Universitário Clemente Faria, Santa Casa, Aroldo
Tourinho e Dilson Goldinho. A ideia era prejudicar esses hospitais para
favorecer o Hospital das Clínicas Mario Ribeiro da Silveira que, segundo a PF,
pertence ao prefeito e seus familiares.
O prefeito e a secretária de saúde do município, Ana Paula
Nascimento, devem responder pelos crimes de falsidade ideológica majorada,
dispensa indevida de licitação pública, estelionato majorado, prevaricação e
peculato. A operação "Máscara da Sanidade II - Sabotadores da Saúde"
deve cumprir quatro mandados de busca e apreensão na Prefeitura, Secretaria de
Saúde e na casa dos envolvidos.
No final do ano passado, prefeito e deputada, marido e
esposa, foram acusados pela Receita Federal de praticarem estelionato, lavagem
de dinheiro, advocacia administrativa, evasão de divisas, descaminho,
associação criminosa e falsidade ideológica. Eles teriam tentado comprar
equipamentos hospitalares na Alemanha, usando o CNPJ da Associação de Promoção
e Assistência Social, vinculada à Prefeitura. O problema é que os equipamentos
seriam instalados no Hospital das Clínicas do Grupo Soebras, grupo econômico ao
qual eles pertencem.
Depois de concluídas as investigações, a Receita concluiu
que “Ruy Adriano Borges Muniz e Tânia Raquel Queiroz Muniz arquitetaram a
fraude para importar tais bens por meio da Amas Brasil, Soebras e Hospital das
Clínicas Mário Ribeiro da Silveira, associações formais cujos integrantes dos
Conselhos Fiscais e Diretorias são interpostas pessoas laranjas”.
Os equipamentos médicos foram apreendidos por dano ao erário
e são avaliados em quase R$ 9 milhões. “As decisões judiciais, tanto na
primeira instância quanto na segunda, foram, até o momento, desfavoráveis aos
autuados, incluindo a sentença que denegou a segurança. Da mesma forma, a
empresa exportadora, alegando não ter recebido a importância comercializada,
ajuizou mandado de segurança para devolução dos bens ao exterior, mas também
obteve decisão judicial desfavorável”, informou a Receita em nota. A Receita
enviou o caso para o Ministério Público Federal, que passou a dar andamento à
ação criminal.
A deputada anticorrupção ainda não comentou os desvios. Ela
pode acabar presa junto com o marido.
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