quinta-feira, 6 de julho de 2017

Com 100 anexos, delação de Cunha pode ser entregue na próxima semana




O Jornal de todos Brasis

Jornal GGN - Complicando ainda mais a situação de Michel Temer, Eduardo Cunha estaria com mais de 100 anexos rascunhados na tentativa de fechar um acordo de delação premiada com a Lava Jato. "Ainda não se sabe quantos deles serão aproveitados no acordo oficial", disse Mônica Bergamo, na Folha desta quinta (6), mas a expectativa é de que os documentos sejam entregues e passem a ser avaliados já na próxima semana.

Ontem, o BuzzFeed publicou com exclusividade que além de Cunha, Lúcio Funaro também está bem adiantado com seu acordo de delação. O operador do PMDB teria dado uma "amostra grátis" do que possui contra a cúpula do governo Temer ao entregar mensagens de texto que levaram à prisão o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

"Cunha deve envolver diretamente o presidente Michel Temer, os ministros Moreira Franco (Secretaria Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR) em sua delação", disse Mônica Bergamo.

O ex-deputado "teria participado não apenas das grandes negociações políticas mas também de esquemas de arrecadação de recursos para campanhas eleitorais do grupo e do recebimento de propinas. Ele teria provas sólidas das acusações que fará", acrescentou.

Funaro está preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília para facilitar a comunicação com sua defesa sobre o acordo. Cunha continua preso em Curitiba, mas ganhou uma sala especial para discutir os termos com os advogados.

"As delações de Cunha e de Funaro podem integrar a segunda denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar ao STF (Supremo Tribunal Federal) contra Temer, agravando a situação do presidente", lembrou a jornalista.

Janot pretende denunciar Temer por obstrução de Justiça, com base no áudio de Joesley Batista, da JBS, em que o empresário diz ao presidente que tinha acertado as contas com Cunha e vinha mantendo uma ajuda a Funaro. Temer respondeu que "tinha que manter isso".

Por ajudar a JBS junto ao Cade, Rodrigo Rocha Loures teria recebido R$ 500 mil em propina. Janot já entregou denúncia à Câmara contra Temer por corrupção passiva, nesse episódio.

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