Poeta Nato Azevedo |
Por Nato Azevedo
Esse mar de enganos que é a
Internet vez ou outra serve para nos informar sobre fatos que sucedem
"debaixo de nossos narizes" e a gente nem fica sabendo, fora as ondas
de boatos, calúnias, difamações, sarcasmos e "pichações" que tentam
nos afogar... sobrenado como posso ao "tsunami" de emails diários --
dos 20 ou mais sites/portais nos quais estou cadastrado -- tendo apenas hora e
meia para ver/ler/responder quase tudo.
No dia 24/junho, sob o título
"LETRAS DE LUTO", recebi uma dessas "chorumelas" comuns aos
injustiçados e que, embora sem assinatura, tem como remetente meu desafeto
(desde 1989/90) Alfredo Garcia, via outro "quase ex-amigo" meu, Rufino
Almeida. "Terra onde o impossível acontece a toda hora" -- escrevi eu
nos meus primeiros dias aqui, em 1984 -- "o Pará é um ESPANTO
permanente", acabei de repisar em recente texto na WEB. Por uma
questão de lógica, o multipoeta Juraci Siqueira seria herdeiro (?!) natural da
cadeira de Alonso Rocha, mais por AFINIDADE de ideais e sonhos, do que por
méritos literários, que ambos tinham/têm de sobra. Escudeiro e
"sombra" do Príncipe dos Poetas Paraenses, apoiando-o em tudo, era
apoiado por Alonso em questões ligadas a UBT-Belém, "menina dos
olhos" desta Rocha de decência, caráter, inteligência e finesse.
Frequentei sempre que pude o
Silogeu dos imortais da APL-Academia Paraense de Letras, entre 1994 e 2006...
quando minha penúria me impediu até de embarcar num ônibus. Cheguei a ir de bicicleta
às reuniões (na casa do Alonso) por vezes, quase 15 km entre bólidos e nenhum
semáforo, num dos trânsitos mais ensandecidos do Brasil. Amor pela trova, pela
Poesia? Em parte, ía pelo prazer de rever, de estar com Alonso -- os
bolos e docinhos também contavam -- com Juraci e Rufino, 3 mosqueteiros da
Literatura, espadejando inutilmente numa região que só valoriza bailes, bebida,
bingo e bola... ou quase isso!
"As Letras paraenses estão
de luto" dizia o email, pela derrota do premiadíssimo Antônio Juraci
Siqueira para a cadeira de Alonso, recentemente falecido. Juraci sempre
foi avesso a esta "imortalidade terrena" e seu discreto desdém à
láurea máxima de qualquer escritor talvez tenha contado pontos no fracasso da
sua candidatura. Ao vencedor cabe bem menos glória do que o fardo inconteste --
até onde sei sequer publicou livro algum -- de "ocupar a vaga" de um
escritor COM MAIS DE 300 VITÓRIAS em certames poéticos do Brasil inteiro,
cordelista emérito, autor de obras premiadas pela SECULT-PA e de dezenas de
livretos feitos em xerox e espalhados às centenas por toda a Capital das
Mangueiras.
IMORTAL só mesmo a Poesia... a de
Alonso Rocha, a de Juraci, dos Poetas que vieram antes, dos que nos sucederão
adiante. Tudo o mais vira pó! Jornalistas têm a sua Academia, advogados também,
até poetas "de fim de semana" (em Icoaraci e Ananindeua) fizeram a
sua, em 1990. Província de si mesma. nossa Belém do Pará trata a Academia como
"feira livre" -- se eu dissesse quitanda ía fazer
par com Lúcio Flávio Pinto na cadeia -- enfiando "goela abaixo" da
APL "papudinhos", ricos reitores, "Gênghis Khans" do
marketing livresco -- a afundar em 6 meses um Jornal centenário -- e pessoas de
bem e com um Passado de brilhantes realizações na TV (desde 1960?) e em
Jornais, mas que não são de forma alguma escritores.
"A César o que é de
César"... Alonso Rocha disse em tom profético que "preferia receber
honrarias aqui na Terra", num evento (2003/4) do
"Prefeito-criança" coordenado pela então vereadora Marinor Brito,
ambos no PT, na época. Descumpriram a promessa, o livro (como homenagem à
Alonso) jamais foi editado e, agora, sentado à esquerda do Pai, tem êle o
desprazer de assistir do Céu a desfeita ao amigo de mais de 30 ANOS de lutas e
realizações. E o que o clube social AP-Assembléia Paraense tem a ver com isso
tudo?! "Nadica de nada", mas Garcia sempre usou óculos e não foi à
toa. Aliás, a AP promoveu 3 ou 4 concursos literários, produzindo os
livros com os vencedores -- ao contrário dos últimos Prefeitos da capital -- além
de CDs históricos de seus Festivais.
Deitado sobre seu
"Travesseiro de Pedra" o poeta que nasceu às margens do Cajary não
tem do que se arrepender... eu, no seu lugar nunca mais concorreria à cadeira
alguma, exceto a de balanço, no quintal da casa na Rua Felicidade, número 100,
Jurunas, BELÉM.
"NATO" AZEVEDO (escritor e poeta)
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PASSARELA OU LICEU ?!
Ainda repercute a eleição (?!)
que alijou o poeta das multidões Juraci Siqueira da Cadeira da APL, que
pertenceu ao menestrel Bruno de Menezes, Príncipe dos Poetas Paraenses e que o
admirável/admirado Alonso Rocha herdaria -- com título e tudfo! -- mais merecedor
do que nunca.
Pipocam comentários de que Alonso
Rocha teria declarado sua preferência por Juraci, 3 décadas de embates
culturais e amizade os unindo. Alonso partiu, partiremos todos algum dia, mas a
expressa vontade do então Presidente da Academia Paraense de Letras foi traída
pela força rasteira de "interesses" menores. Não termina 2011 sem uma
reviravolta -- péssima para ambos os candidatos -- nessa incômoda situação.
Aqui entre nós, o simplérrimo
Juraci com o título de PRÍNCIPE (e Imortal, ainda por cima) -- poetíssimo e
paraensíssimo êle sempre foi -- será alvo de chistes de meia Belém.
Com o pouco de sabedoria que a
idade me deu, penso que Juraci deve aguardar pacientemente a
"partida" do eleito, para só então ser ACLAMADO de fato na Cadeira
que é sua por direito (ou vice-versa).
"NATO" AZEVEDO
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PASSARELA OU LICEU ?!
É na dança das vaidades
-- num carnaval de ilusões --
que amantes de veleidades
cedem somente à paixões.
E, cegos a mil verdades,
se inclinam à adulações...
imortalizam "beldades",
empresários e "barões".
Escolhendo ao certo o torto
os 22 "fratricidas"
só trouxeram desavença.
Não tendo onde cair morto
o Poeta, seus
"deicidas",
é Imortal de nascença !
"NATO"
AZEVEDO
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A.P.Lando ?!
Se a Cadeira não tem
"dono",
eu já sei comoé que fica:
vão chamar para Patrono
o palhaço "Tiririca"!
Imortal em votação
numa Assembléia Geral
faz, em tempo de São João,
verdadeiro "carnaval".
Jure a si, meu caro amigo
e declare, seco e franco
que "Cadeira é um perigo...
agora só sento em Banco"!
--"Oh, meu Príncipe
altaneiro,
sem fardão nem toga nova.
Sei que tu não tens dinheiro...
dê-me ao menos 1 trova"!
"NATO" AZEVEDO
Um comentário:
Muito boa sua análise, poeta Nato. Concordo e defendo também esse pensamento.
Condoreiro!
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