Penna comemora saída de Marina do PV e desfiliação ocorre na quinta-feira
5/7/2011 10:25, Por Redação, com Vermelho.org - de São Paulo
O grupo político da ex-senadora Marina Silva aguardou até o final da semana passada algum aceno, algum sinal de disposição para a negociação do presidente do PV, o deputado federal Jose Luiz Penna (SP). Mas ele se manteve imóvel, aguardando que a ex-senadora arrumasse as malas e fosse embora.
Para Penna, a partida de Marina — que saiu da eleição passada com quase 20 milhões de votos — é mais confortável que a permanência. Ele deixou isso claro dias atrás, quando integrantes da direção do partido, próximos a ele, atacaram a ex-senadora tanto publicamente quanto no interior do PV, especialmente em redes sociais da internet.
Diante de possibilidade de se apresentar como mediador, Pena preferiu o silêncio. Deixou a fogueira verde arder. Foi a gota dágua para integrantes do grupo de Marina — que ainda acreditavam em algum tipo de acordo interno.
O desenlace final é anunciado para esta quinta-feira, quando Marina oficializa seu desligamento — e o deputado paulista volta a conduzir o PV ao seu estilo, como faz há 12 anos. Segue ao lado do deputado Zequinha Sarney (PV) e cada vez mais sob a influência política do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, atualmente sem partido.
Os “marineiros” começaram a receber nesta segunda-feira os convites para o Encontro por uma nova Política, que deve reunir, além da ex-presidenciável, os empresários Guilherme Leal e Roberto Klabin, o ex-candidato ao Senado por São Paulo Ricardo Young, o ex-candidato ao governo de São Paulo Fábio Feldmann, o deputado federal Alfredo Sirkis (RJ), o ex-candidato ao governo do Rio de Janeiro Fernando Gabeira, o ex-coordenador da campanha do PV à Presidência da República João Paulo Capobianco e o ex-presidente do diretório do PV paulista Maurício Brusadin.
Marina perde a legenda, mas não seu próprio patrimônio político. Na semana passada, quando o poderoso Partido Verde da Alemanha organizou um congresso para discutir o futuro político e ambiental, o convidado brasileiro não foi o presidente do PV do Brasil. Quem falou em Berlim em nome dos verdes brasileiros foi a ex-senadora.
A saída
A desfiliação de Marina estava prevista inicialmente para acontecer na última terça-feira, 28, mas ela foi convencida a adiar seu pronunciamento para o retorno de sua viagem à Alemanha. Para alguns interlocutores, a participação da ex-senadora num evento do PV internacional poderia fortalecê-la no Brasil e forçar um acordo com a ala de Penna. A tese se revelou descabida.
– Hoje temos o sentimento de que nós tentamos de tudo. Desejaríamos que o PV mudasse. Agora temos que respeitar os colegas que vão continuar lutando lá. Mas também há um sentimento de muito otimismo, tem muita gente nos procurando para participar deste debate – contou Brusadin.
Embora tenha saído das urnas com boa votação e ajudado a eleger 14 deputados federais, poucos (entre eles Alfredo Sirkis) devem acompanhar Marina. O motivo, de acordo com Brusadin, é o calendário eleitoral de 2012 e o fato de terem sido eleitos pelo PV em 2010 e não se sentirem seguros para deixar o partido.
– É natural que eles tenham que ficar. Não estamos dando uma alternativa para eles agora (nova legenda). É evidente que a grande maioria tinha de ficar. Agora eles precisam fazer um cálculo eleitoral olhando para o calendário – disse.
Há dúvidas também se, mesmo apoiando o ato político de Marina, Fernando Gabeira vai anunciar sua saída do PV. Gabeira tem pretensões eleitorais para 2012, assim como Eduardo Jorge (secretário municipal do Verde em São Paulo), que é cogitado pelo PV para disputar a Prefeitura de São Paulo, com o apoio de Kassab.
Ambos precisam de uma legenda para disputar as eleições municipais. “O Eduardo (Jorge) tem o mesmo problema do (Fernando) Gabeira. É complexa a situação deles”, comentou Brusadin.
– Mas os que vão ficar, ficarão de forma crítica – ressaltou.
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