Por Ricardo Lessa — Via Jornal Valor
À Mesa com o Valor - Carlos Alberto dos Santos Cruz: “Intervenção militar não tem cabimento”
“Para quê?”, pergunta Carlos Alberto dos Santos Cruz. “Se já recebeu 58 milhões de votos das urnas, agora é só governar”
“Um líder político inconsequente acarreta danos enormes a seu país.” A frase é de Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 68 anos, ministro da Secretaria de Governo nos seis primeiros meses do mandato de Jair Bolsonaro (sem partido).
“Não vou faltar com o respeito”, prossegue o general, que não menciona o nome de seu ex-companheiro de esportes, a quem conheceu ainda jovem e chegou a ser vizinho na Vila Militar de Deodoro, no Rio. Só deixa explícito que tem sérias discordâncias de ponto de vista com o presidente da República. Para Santos Cruz, o governo desperdiça a grande oportunidade que a sociedade lhe deu para atender aos anseios da família classe média conservadora, “cansada de escândalos e violência”, como a dele mesmo.
Ideologizaram o vírus, botaram uma coloração vermelha que seria da China, ideologizaram até mesmo um medicamento
Bolsonaro, acrescenta Santos Cruz, se ampara em um pequeno grupo ideológico de fanáticos, “, diz ele. “Medíocres, escória. Acham que podem manipular a opinião pública, enchem a paciência da população. Não vai colar, a população não tem essa motivação ideológica e vai responder nas urnas.”
“Nada a comemorar, nada a lastimar. Acho que a saída foi boa para mim e para o gove r n o”, diz Santos Cruz, cujo afastamento completa um ano
“Nada a comemorar, nada a lastimar. Acho que a saída foi boa para mim e para o gove r n o”, diz Santos Cruz, cujo afastamento completa um ano — Foto: Ruy Baron/Valor
Partiu desse “gabinete do ódio”, como ficou conhecido, reforçado pelo apoio dos filhos de Bolsonaro, o ataque que terminou por afastá-lo há um ano. Uma suposta conversa de WhatsApp, em que Santos Cruz teria criticado o presidente, foi a gota d’água. A Polícia Federal (PF) apurou e concluiu em janeiro que se tratava de uma montagem grosseira, mas o chefe do Executivo não se retratou, nem se desculpou. Leia mais
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